Lembro como se fosse ontem...Tinha acabado de começar meu sabático e estava na Costa Rica, na praia de Nosara.
Eu sempre gostei de experimentar coisas novas, meu marido sempre brinca que sou "comeceira". Além da yoga, que me acompanha há anos, já fiz boxe, muai thai, ballet, jazz, sapateado, treinava natação, tive assessoria de corrida, fiz circo, já pulei de paraquedas, fiz aulas de kitesurf, faço mergulho de cilindro e muitas coisas que nem lembro agora. Mas o surf ainda não tinha entrado nessa lista de "coisas que quero experimentar em algum momento da vida".
Até que eu pedi demissão, comecei a planejar as viagens e Costa Rica virou meu primeiro destino, dada a minha vontade de conhecer aquela natureza maravilhosa do Caribe e as paisagens de praia, selva, vulcão, tudo em um mesmo país. Nas pesquisas de roteiro comecei a ver várias fotos de surf por lá, descobri retiros de mulheres para aprender a surfar e um casal de amigos tinha acabado de voltar de lá e feito aulas pela primeira vez. Esse combo foi suficiente pra me despertar a curiosidade de tentar também. E foi assim que cheguei em Nosara pronta para minha primeira aula.
Eu nunca achei que seria fácil surfar, pelo contrário, vendo as pessoas em cima de uma prancha tentando se equilibrar nas ondas, naquele movimento intenso sem previsibilidade nenhuma nunca me pareceu simples. Além disso, tenho muito respeito pelo mar e sua força então estava com um medinho. Mas ao invés de ser domada pelo medo e deixar ele me paralisar, estava mais disposta a tentar e ver como seria.
A primeira etapa da aula foi aprender os movimentos na areia. Descobri que sou goofy, ou seja, que minha base é com o pé direito na frente. (O oposto é chamado "regular", quem usa o pé esquerdo na frente). Isso quer dizer que a cada vez que fico em pé na prancha, é minha perna direita que vem primeiro e fica mais próxima do bico da prancha, enquanto a esquerda fica atrás como base. Fiz alguns movimentos deitada na prancha na areia e treinando o pop up (movimento de levantar na prancha, para ficar em pé), ouvi dicas de como remar contra as ondas e chegou a hora de irmos para o mar.
Começamos bem no raso, pegando as ondas depois que elas já haviam estourado e eram só espuma. É uma ótima forma de começar pois força da onda já se foi então é mais tranquilo de com o coach empurrando sua prancha quando a espuma passa, você começar a praticar a subida. Cai algumas vezes até que consegui subir (e realmente acho que praticar yoga e ter consciência corporal e equilíbrio me ajudaram bem aqui). A alegria de quando você sobre é indescritível. Uma felicidade que transborda, uma sensação de fluidez, de se sentir em unidade com o mar. Fiquei muitooo feliz mas foi rápido porque logo cai haha. Mas continuamos assim por um tempo e fui evoluindo aos poucos :)
E a cada vez que eu conseguia subir na prancha e fluir até mais perto da areia vinha uma das partes mais difíceis: remar de volta. Meu braço foi quem mais trabalhou esse dia. E para minimizar esse movimento pra não chegar esgotada para tentar pegar a onda, aprendi que saber o timing certo de ir contra as ondas e também a forma, é uma das coisas mais importantes.
Foi um dia muito especial e com certeza sai com a vontade de tentar mais e mais. Minha conexão foi tanta que sabia que tinha algo muito especial começando ali, mesmo sendo muito iniciante e muito ruim hehe. E assim foi, depois desse dia ainda fiz várias aulas em Nosara e quando voltei para o Brasil a primeira coisa que fiz fui logo embarcar para a Bahia pra surfar. Depois também tive a sorte de me apresentarem um professor incrível no Guarujá, que é onde mais tenho surfado e onde levo as mulheres da comunidade da Gangga para surfar também. Mas essa história fica para um próximo post.
E você, como foi seu primeiro dia de surf?? Ou você nunca começou mas tem curiosidade? Escreve pra gente pra contar sua história também :)
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